Os autores
Fernando Pacheco Torgal e Said Jalali do Grupo Construção Sustentável da
Universidade do Minho, – Portugal, tratam , em um dos
tópicos do artigo Toxicidade de materiais de construção: uma questão
incontornável na construção sustentável, dos materiais que libertam fumos
tóxicos em caso de incêndio.
Lembrei do texto e
achei oportuno compartilhar as informações publicadas no referido estudo,
diante da recente tragédia que expôs falhas técnicas em diversas áreas e a
perda de tantas vidas.
(...)
Outra situação de toxicidade dos materiais de construção prende-se com a
libertação de fumos e substâncias tóxicas em caso de incêndio. Alguns estudos
apontam mesmo para o fato de a maioria das mortes em caso de incêndio estar
precisamente relacionada com a inalação de gases tóxicos, e também de esse
número ter vindo a aumentar desde o fim da década de 80, o que pode estar
relacionado com o aumento no interior das habitações de materiais mais
combustíveis e mais tóxicos em caso de incêndio (GANN et al., 1994; HALL;
HARWOOD, 1995; WU, 2001; LEVIN; KULIGOWSKI, 2005). Liang e Ho (2007) analisaram
a toxicidade após a combustão de vários isolantes térmicos e concluíram que
tanto o polietileno como o poliuretano apresentam elevada toxicidade, pois
excedem o valor limite de 10, correspondente a materiais de baixa toxicidade em
caso de incêndio. Esse índice é obtido a partir da análise das emissões de 14
tipos de gases de combustão para uma concentração-base que seja fatal ao fim de
30 min. Esses autores recomendam que a utilização de poliuretano ou polietileno
só possa fazer-se se eles forem protegidos por outros materiais incombustíveis.
Doroudiani e Omidian (2010) recomendam a não utilização de molduras decorativas
de poliestireno, devido à sua elevada combustibilidade e à libertação de fumos
tóxicos em caso de incêndio. Estes autores referem que, embora esse material
tenha vindo recentemente a ser produzido com um aditivo retardador de ignição,
em caso de incêndio, ele gera brometo de hidrogênio, um gás tóxico. (...)
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Fonte da imagem: http://www.closerlookinspection.com/vocs.htm |
O
artigo trata de outros materiais tóxicos utilizados na construção civil, como
impregnantes, tintas, vernizes, amianto, materiais radioativos e chumbo.
Conhecer
os componentes presentes nos materiais deveria ser uma premissa para a escolha
de um determinado produto. Afinal uma construção de baixo impacto ambiental é,
também, uma construção com baixos índices de toxicidade dos materiais de
construção.
Quando
explico em reuniões com clientes:
_ olha, este material emite composto volátil
orgânico; _ este é altamente tóxico na sua produção;_ este possui baixa emissão
de formaldeído, etc...é, justamente, para termos uma atmosfera menos carregada
de gases tóxicos. Há gases que são bio-acumuláveis no organismo (que não são eliminados pelo
organismo),
como o caso da dioxina, liberada, por exemplo, na queima de alguns materiais e
as consequências são fatais. E quando não, lembramos de doenças que antes nem
ouvíamos falar e hoje praticamente não temos escapatória delas...
Recomendo a
leitura do texto “Toxicidade de materiais de construção: uma questão
incontornável na construção sustentável”, que você pode ler aqui.
Boa
leitura e boas escolhas!
Mais informações: http://seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view/12753